Crianças e adolescentes residentes na tríplice fronteira, entre Brasil, Peru e Colômbia, tem, neste sábado (21/10), a oportunidade de atualizar os esquemas vacinais no Dia D da multivacinação organizado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) de Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus). A campanha de multivacinação segue até 31 de outubro e tem o suporte técnico da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM).
Estão disponíveis imunizantes do calendário nacional de vacinação e da Covid-19 para menores de 15 anos. Estrangeiros vindos de Santa Rosa, no Peru, e Letícia, na Colômbia, também podem se vacinar durante a ação. Na abertura do “Dia D”, foram vacinadas crianças e adolescentes dos três países representando o caráter da ação voltado à comunidade fronteiriça.
A iniciativa é destinada a ampliar as coberturas vacinais contra doenças imunopreveníveis. Pela FVS-RCP, técnicos estão em Tabatinga desde o dia 16 de outubro, dando suporte à equipe de profissionais de saúde da Semsa do município e supervisionando os processos de planejamento das ações da campanha, segundo destaca a diretora-presidente da Fundação, Tatyana Amorim.
“A tríplice fronteira é uma região diferenciada, caracterizada por fluxo grande de pessoas transitando entre os países que fazem fronteira com o Brasil naquele espaço. Ampliar as coberturas vacinais é uma estratégia para prevenção de doenças imunopreveníveis e controle dessas doenças”, destaca a diretora Tatyana.
Na supervisão e fortalecimento da campanha, os técnicos atuam, também, auxiliando na capacitação para a busca ativa de não vacinados. “Estamos apoiando o município também com treinamento de boas práticas de vacinação, procedimentos técnicos de acolhimento, triagem, estratégias de imunização”, acrescenta Alexsandro Melo, chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) da FVS-RCP.
A gerente de imunização no DVE da FVS-RCP, Angela Desirée, destaca que esse tipo de visita técnica, quando os técnicos se fazem ainda mais próximos dos profissionais locais, permite aprimoramento do trabalho com foco nos resultados. “O feedback destas visitas tem sido muito positivo, porque permite conhecer a realidade das cidades e promover o apoio ao trabalho destes profissionais”, disse Angela, que também é coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Microplanejamento
A estratégia adotada pela Fundação na iniciativa contempla o microplanejamento das ações partindo do reconhecimento da realidade local, considerando as características sociodemográficas, econômicas, sociais e necessidade do município.
De acordo com o técnico Ramon Lisboa, da gerência de imunização na FVS-RCP, a vacinação é fortalecida por meio das Atividades de Vacinação de Alta Qualidade (Avaq). “Estamos oferecendo todo o suporte técnico para o desenvolvimento da campanha no intuito de ampliar as coberturas vacinais, visando o fortalecimento do controle de doenças na região de fronteira”, disse.
As ações de microplanejamento são desenvolvidas por diferentes níveis de atenção que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) nas diversas áreas relacionadas à imunização, como o Programa de Imunização, Vigilância Epidemiológica, Atenção Primária à Saúde (APS) e Saúde Índigena.