Os judeus merecem nosso respeito. Entenda
O genocídio que o Estado sionista de Israel está cometendo contra o povo palestino coloca em risco todos os judeus do mundo, diante de hordas antissemitas.
É preciso distinguir sionismo, uma doutrina geopolítica, de judaísmo, a religião monoteísta dos judeus, que constituem um grupo etno-religioso.
O sionismo surgiu no final do século XIX, na Europa, com a bandeira de criação de um Estado judeu. Logo se tornou um movimento racista e colonial, quando começou a ocupar uma área historicamente vivida pelo povo palestino.
É bom que se diga que na Palestina sempre conviveram cristãos, judeus e mulçumanos, antes da criação do Estado de Israel. Com a chegada de judeus europeus, sob orientação sionista, é que começaram os conflitos.
Os sionistas, incentivados pelo Reino Unido, que passou a controlar aquela região depois da primeira guerra mundial, começaram a ocupar a Palestina. Até aí os conflitos não eram grandes, mas logo criaram grupos paramilitares (Haganá e a Gangue Stern) e passaram a fazer ataques terroristas contra o povo árabe.
Diante do aprofundamento dos conflitos, o Reino Unido entregou a região para mediação da ONU, que resolveu a contenda fazendo a seguinte divisão: 53,5% do território foi designado para ser Israel e 45,4% das terras seriam domínio dos palestinos,
O problema é que Israel não respeitou a resolução da ONU e passou a tomar não somente as terras dos palestinos, mas a ocupar com assentamentos territórios da Cisjordânia, Jerusalém, Líbano, Egito e Síria.
Hoje, Israel ocupa 77% do território palestino e mantém a faixa de Gaza sob severo controle militar desde que o Hamas ganhou a eleição, em 2007, para governar Gaza, o maior distrito palestino, com 2,1 milhões de habitantes.
Israel ocupa a faixa de Gaza, que tem 5 distritos, desde 1967, ou seja, há 56 anos, limitando acesso a energia, água, alimentos, atendimento à saúde, remédios, etc. Controla o espaço aéreo e o acesso ao mediterrâneo.
Há inúmeros massacres de Israel contra o povo palestino considerados pela ONU e por outros organismos internacionais como genocídio.
O problema não foi o ataque do Hamas ao povo israelense. Antes do Hamas, Israel e seus governos sionistas vinham matando crianças, homens, mulheres e idosios palestinos.
Israel é um Estado colonialista e racista. Este é o problema. Teríamos que ter uma ordem mundial mais equilibrada para garantir a paz naquela região do Oriente Médio. Enquanto os EUA dominarem, teremos guerras e genocídios.
*Lúcio Carril
Sociólogo
Foto: Mahmud Hams/AFP