Você nunca achará o arco-íris, se você estiver olhando para baixo.
Charles Chaplin
Foi olhando o azul do céu do agreste paraibano que Geraldo Medeiros singrou rumo à floresta amazônica, saindo de Recife, no navio Santos, com seu pai Severino, sua mãe Maria e mais cincos irmãos e irmãs.
O ano era 1953, o mês era junho, como se o destino lhe murmurasse que na ilha tupinambarana encontraria não só seu irmão Luiz, mas a felicidade vestida com todas as cores do arco-íris.
No dia 13 de junho de 1953, aos 19 anos, Geraldo Medeiros colocava os pés e o coração em Parintins.
Chegou de luto. Sua mãe faleceu já nas águas do rio amazonas, em frente à Serra da Valéria, vitimada por uma enfermidade contraída na longa viagem.
Começava ali uma das mais honradas trajetórias de um cidadão brasileiro.
“Se estes dois rios fôssemos, Maria,
Todas as vezes que nos encontramos,
Que Amazonas de amor não sairia
De mim, de ti, de nós que nos amamos!…”
(Poema Encontro das Águas -Quintino Cunha)
Foi como um encontro das águas que Geraldo conheceu dona Norma, a bela parintinense filha do seu Custódio e dona Antônia.
Neste 21 de novembro, completaram 64 anos de casados. São 11 filhos e filhas, mais de duas dezenas de netos e uma história de amor de deixar embevecido o mais apaixonado poeta.
Geraldo Medeiros se tornou cidadão parintinense, vereador, presidente da câmara municipal por duas vezes, foi deputado estadual.
Aquele azul celeste do brejo paraibano se configurou numa outra paixão: o Boi Caprichoso, o touro azul da ilha da magia. Foi presidente da agremiação por duas vezes.
Seu Geraldo, como carinhosamente os parintinense o chamam, já escreveu sua história na ilha do azul e do vermelho, mas o fez com todas as cores que um homem de bem pode fazer. Pintou no céu estrelado da ilha encantada as cores da honradez, da ética, do bom pai, do marido dedicado e amoroso.
Neste dia 22 de novembro de 2023, 70 anos depois de ter saído de Solânea, Geraldo Medeiros será homenageado pela cidade, que também completa 70 anos de emancipação política. O honrado cidadão, de qualidades admiráveis, retorna como exemplo e como referência política e humana.
Parabéns, Geraldo Medeiros.
Lúcio Carril
Sociólogo
