O lobo do homem e o pinto do Pinduca

Ademir Ramos *

Assim como o “Lobo do homem” de Hobbes carrega um denso significado, “O pinto” do Pinduca também é grandioso dotado de múltiplos sentidos

Se os magos da política recorrem às fábulas para comunicar suas lições quanto à compreensão do mundo e das coisas imaginem os artistas que trabalham com cores, formas, ritmos, melodias, compassos e outras representações da linguagem a provocar sentimentos dos mais diversos às vezes até antagônicos.

Em se tratando da análise do discurso a regra determinante para compreendê-lo na sua totalidade é situá-lo no seu campo e no contexto circunscrito.

Feito isso, a compreensão do discurso pode ganhar outros valores e significados permitindo ao analistas uma nova compreensão e sentido enquanto valor de uma cultura política como é o caso aqui e agora.

A título de exemplo lembramos de imediato a construção ideológica de Thomas Hobbes sobre o “Estado de Natureza” caracterizado pela guerra por compreender a luta social no campo como resultante da bestialidade do homem que por sua vez era tido como “lobo do homem”, justificando, dessa feita, o “Pacto social” sob o domínio absoluto do Soberano aqui consignado no Estado moderno.

Pinduca, o rei do Carimbo, não faz diferente quando bota pra cantar “o Pinto” fazendo a galera dançar intensamente cantarolando os seguintes versos: O pinto quando nasce/ Ele dorme embaixo da mãe/ Depois que ele cresce/ Vai mal/ Só sabe dormir no pau.

Assim como o “Lobo do homem” de Hobbes carrega um denso significado moral e político, “O pinto” do Pinduca também é grandioso dotado de múltiplos sentidos.

Sua tradução ideológica é bem diferente do letramento isolado da conduta moral do político Pinto que rasteja para ganhar as eleições e quando cresce (vitorioso) sai debaixo da mãe- povo e busca de pronto novos palacetes distantes das comunidades – condomínios fechados, coberturas palacianas na Ponta Negra, Asa Sul brasiliense ou até mesmo na Florida, nos Estados Unidos da América, longe, bem longe da periferia da nossa Manaus saqueada e expropriada por esses políticos indignos e aventureiros.

No entanto, a fabulo do Carimbó ajuíza determinado valor contra o tal político Pinto dizendo que ele “vai mal” e pelas suas opções “só sabe dormir no pau”.

Essa constatação desvela situação das mais oportunas para serem ajuizadas pelo eleitorado do Amazonas tal como a perda da legitimidade política por não ter mais inserção no meio do povo e por acreditar que o voto tem preço, sendo ele capaz de comprar a peso de ouro e, ainda mais, que a propaganda é capaz de convencer os lesos de que “ele é o cara” do pedaço voltando a bombar nas urnas como antes.

Em síntese, sem afeto da mãe-povo o político perde a legitimidade e por essa razão seu destino é dormir no pau equilibrando-se à medida do possível para não ser presa fácil dos afoitos carcarás.

By Portal Arrasta pra cima

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Related Posts

Pular para o conteúdo