Entramos em 2024, ano que elegeremos os vereadores e o prefeito da nossa cidade. Logo, teremos um processo eleitoral cidadão, aquele que define o destino da cidade onde moramos.
É comum ver analistas políticos tratarem do perfil político dos pré-candidatos a prefeito, como se a eleição fosse um ponto fixo ligado a outro ponto fixo. Ou seja, como se o eleitor e o candidato tivessem uma relação mecânica e linear.
Quero aqui tratar do eleitor e não somente dos candidatos, por entender que eles têm uma relação dialética, interativa e simbiótica. Na cidade, esses sujeitos são todos ativos e responsáveis pelo presente e futuro da urbe.
Dentro e fora de ano eleitoral, ouvimos de eleitores e eleitoras opiniões comuns sobre os políticos: são ladrões, desonestos, traidores, corruptos, oportunistas, etc. Adjetivos que se repetem de boca em boca, como se eles, os políticos, fossem extraterrestres que aqui foram deixados para assumir as funções de legislar e governar.
Claro, não são alienígenas, são terráqueos eleitos pelo voto direto e popular, num sistema seguro de votação. Todos sabemos disso, mas nem todos assumem sua condição ativa e responsável nessa escolha.
Não tem essa de que todos políticos são corruptos e oportunistas, assim como não tem essa de que profissão A ou B só tenha gente que não presta. Em qualquer profissão ou função tem gente boa e gente ruim, competente ou incompetente, corrupta e honesta. É assim a vida.
Tem político comprometido com o povo, com a cidade, com o Estado e com o país e tem político que só trata dos seus próprios interesses, que muitas vezes são interesses do seu grupo social ou econômico.
Quando um trabalhador vota num candidato que representa os interesses do patrão, é claro que seus direitos de trabalhador estarão em risco. Simples assim.
Quando o eleitor vota num político desonesto, com histórico de encher seus bolsos com dinheiro público, esse eleitor está sendo tão desonesto e corrupto quanto o político que ele votou.
Para saber se o candidato vai defender os interesses do patrão ou vai roubar, é só fazer uma rápida pesquisa, seja na internet ou com amigos. Hoje com a internet, é tudo muito fácil. Erra quem quer ou quem tem má-fé.
Como estamos vendo, só existe político que não presta com mandato porque existe eleitor e eleitora que vota nele. Ou seja, existe eleitor cúmplice da pilantragem do político, ao lhe conceder oportunidade para roubar, governar ou legislar em favor daquela elite igualmente desonesta.
Meu caro eleitor e minha cara eleitora, já passou da hora de assumir sua responsabilidade no destino da cidade onde você mora. Vote em candidato que vá defender seus interesses de trabalhador e em gente e que ajude a construir uma cidade mais humana e cidadã.
Como diz o povo, errar é humano, mas persistir no erro é burrice ou maldade.
Lúcio Carril
Sociólogo
Texto importantíssimo para reflexão de muitos eleitores, em ano de eleição. Parabéns ao Sociólogo Lúcio Carril, por essa conversa com os eleitores…