O Brasil tem demonstrado aumento no uso do 3HP, um tratamento recomendado pelo Ministério da Saúde para casos de infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB), ou seja, quando a pessoa está infectada, mas não apresenta manifestação da tuberculose ativa. Enquanto em dezembro de 2022 o 3HP foi utilizado em 42,7% dos tratamentos preventivos da tuberculose. No mesmo período do ano passado, o uso da medicação aumentou mais de 20%, chegando à marca de 63,5%.
Com duração de apenas três meses, o 3HP é uma combinação de isoniazida (H) e rifapentina (P), que só precisa ser tomada uma vez por semana, contribuindo para o aumento da adesão por parte dos(as) usuários(as). Outra vantagem é a potencial redução nos custos de armazenamento e distribuição. Para a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas do Ministério da Saúde, Fernanda Dockhorn, esse é um ótimo passo rumo à eliminação da tuberculose como problema de saúde pública. “O tratamento da ILTB é uma das principais estratégias para a eliminação da doença como problema de saúde pública no Brasil. Por isso, a importância de optar por um tratamento que reduz riscos de desenvolvimento da doença e interrompe a cadeia de transmissão”.
Além de ter sua eficácia e segurança comprovadas, o 3HP requer um número menor de doses e um período de tratamento mais curto e, com isso, apresenta maior percentual de tratamentos completos (80,2%) e menor interrupção (9%) em comparação aos outros. Assim, o Departamento de HIV, Aids, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis tem realizado ações com o objetivo de expandir o seu uso no Brasil.
Entre as iniciativas, destacam-se os webinários com estados e municípios para explicar as vantagens do uso do 3HP em relação às outras alternativas disponíveis; e a divulgação da importância do tratamento preventivo em pessoas vivendo com HIV ou aids, principalmente com a disponibilização do Sistema de Monitoramento Clínico das Pessoas Vivendo com HIV ou aids (Simc) para acompanhamento e/ou identificação das pessoas que necessitam do tratamento com o 3HP.
Outra ação importante foi a implementação do projeto “Expand TPT”, apoiado pelo Ministério da Saúde, que tem como um dos objetivos expandir o tratamento preventivo com 3HP em pessoas que tiveram contato com pessoas com tuberculose em cinco capitais brasileiras. São elas: Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Recife e Porto Alegre. Para garantir a continuidade na ampliação do uso do 3HP, a pasta ministerial pretende, ainda, realizar qualificações e elaborar fluxos e materiais técnicos para orientar profissionais da enfermagem a respeito de indicações de diagnóstico e tratamento da ILTB.
Ministério da Saúde