O Governo do Amazonas deu o pontapé inicial ao calendário de divulgação do seu potencial energético, em âmbito mundial, para atrair investimentos em matrizes econômicas sustentáveis para o estado. Nesta quinta-feira (07/03), representando o governador Wilson Lima, o vice-governador Tadeu de Souza fez a abertura da conferência de negócios Amazonas Óleo, Gás e Energia 2024, no Centro de Convenções Vasco Vasques, bairro Flores, zona centro-sul de Manaus.
Promovida pela Secretaria de Estado de Energia, Mineração e Gás (Semig), com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a conferência se notabiliza como o primeiro evento do setor deste ano no Brasil. Durante dois dias, as principais empresas de óleo, gás e energia estarão reunidas para trocar experiências, fazer networking e fomentar negócios a partir das potencialidades locais.
Aos participantes, o vice-governador enfatizou que o Amazonas é líder nacional de produção de gás natural em terra e, portanto, exerce papel central dentro da estratégia nacional de segurança e transição energética. De acordo com Tadeu de Souza, a conferência é parte dos esforços da gestão Wilson Lima em promover a diversificação econômica para concentrar investimentos nos municípios do interior.
“Isso é uma demonstração desse ‘ímã de atração’ que é, hoje, o estado do Amazonas. Isso é importante para quem vive aqui, é importante para a gente fazer a diversificação da cadeia dos empregos e, acima de tudo, interiorizar a atividade econômica. O impacto na qualidade de vida e bem-estar de quem está no interior é muito grande com o desenvolvimento dessas novas cadeias produtivas”, ressaltou.
Ainda segundo o vice-governador, o Amazonas pode contribuir para a descarbonização da indústria nacional a partir do gás natural produzido no estado, por exemplo, e oferece incentivos fiscais e políticas específicas para este fim. O secretário de Estado de Mineração, Ronney Peixoto, afirmou que o encontro pretende aumentar a visibilidade do setor no Amazonas em âmbito nacional e internacional.
“O Amazonas está abrindo uma série de eventos de óleo e gás no Brasil. Nós temos muitas perspectivas de crescimento, sobretudo na área de energia e gás. O foco são as pessoas, levar melhoria de qualidade de vida para as pessoas”, frisou.
O evento
A programação do Amazonas Óleo, Gás e Energia 2024 inclui um total de 13 painéis e mesas redondas envolvendo temas como: exploração, produção, transporte e distribuição de petróleo e gás; refino de petróleo; inovação; conceito ESG; transição energética; empregos e empreendedorismo.
No segundo dia, sexta-feira (08/03), haverá uma Rodada de Negócios, denominada “Petrosupply Meeting”, entre contratantes e empresas fornecedoras. Também haverá um “Pitch” (apresentação direta e curta para vender uma ideia) com startups previamente selecionadas que irão mostrar seus produtos tecnológicos ou soluções inovadoras.
Segundo o diretor-presidente da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), Heraldo Câmara, o evento é de extrema relevância para o desenvolvimento econômico e sustentável do Amazonas e abre perspectiva para a chegada de mais investimentos.
“Esse ano de 2024, nós vamos investir cerca de R$ 87 milhões para ampliar a rede de gasodutos e atingir cerca de 23 mil unidades consumidoras. Cerca de 60% da energia que nós consumimos aqui na cidade de Manaus já é proveniente do gás. E isso foi uma coisa muito boa para o meio ambiente, para a qualidade de vida”, afirmou.
Também participaram da abertura do evento o deputado estadual e presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Sinésio Campos; a diretora administrativa e financeira do Sebrae Amazonas, Adrianne Antony Gonçalves; além de representantes das empresas Atem, Equador, Eneva e Petrobrás.
Cenário promissor
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Amazonas é o único estado da região Norte com atividades petrolíferas. Além disso, possui a maior reserva de gás em terra do país, com aproximadamente 40 bilhões de metros cúbicos de poços já provados e potencial para alcançar 100 bilhões de metros cúbicos.
Desde 2019, o Governo do Estado atua com diferentes medidas para impulsionar o mercado de gás natural. Em 2021, a partir da sanção da Lei do Gás pelo governador Wilson Lima, houve a quebra do monopólio do mercado de gás no Amazonas, que ganhou competitividade e atraiu investimentos privados sem precedentes.
Este ano, a empresa Eneva, que já explorava comercialmente o campo do Azulão, em Silves (a 240 quilômetros de Manaus), anunciou a comercialidade de dois novos campos: Campo de Tambaqui, no mesmo município, e Azulão Leste, em Itapiranga (a 227 quilômetros da capital). Haverá, ainda, a construção do complexo Azulão 950, também em Silves. Ao todo, 6 mil empregos serão gerados pelas operações.
Em 2023, houve um crescimento de 38% do número de unidades consumidoras (UCs) contratadas de gás natural no Amazonas, segundo dados da Cigás. Já são mais de 17,4 mil UCs contratadas, seis postos de combustíveis em operação com gás natural veicular (GNV) e a rede de distribuição já abrange 20 bairros de Manaus, com 281 quilômetros de extensão.
O gás natural fornecido pela Cigás também é usado no segmento termelétrico, respondendo por grande parte da geração de energia elétrica consumida pela população de Manaus e dos municípios de Anamã, Anori, Caapiranga, Coari e Codajás. Por meio da campanha “Faça a conta! Use GNV!”, o Governo do Amazonas incentiva a conversão de veículos com a concessão de benefício de R$ 4 mil.