A Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) apresentou, nesta terça-feira (12/03), os espaços onde funcionará o projeto “Super Curumim” à equipe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A iniciativa promove o contato com o ensino da língua portuguesa a crianças e adolescentes migrantes e refugiadas.
Durante a manhã, as secretárias executivas de Direitos Humanos (SEDH), Gabriella Campezatto, e dos Direitos da Criança e do Adolescente (Sedca), Rosalina Lôbo, mostraram os espaços nos Postos de Recepção e Apoio (PRA) e de Interiorização e Triagem (PTRIG), situados na zona centro-sul de Manaus.
Com o encerramento da operação acolhida pelo Governo Federal, no fim de 2023, os estados com fluxo migratório passaram a ser responsáveis pela ações com a população migrante e refugiada. No Amazonas, a Sejusc atua na interiorização dessas pessoas, junto aos demais membros da rede proteção.
Para as crianças e adolescentes, a secretaria desenvolveu o Super Curumim, nos moldes do projeto Super Panas, que era gerido pela Unicef. A proposta é fazer aproximar esse público da língua portuguesa e oferecer apoio à educação no período em que eles estão abrigados no PRA ou em atendimento no PTRIG.
Rosalina Lôbo explica que a Sejusc vai fazer um trabalho de proteção e de educação não formal para essas crianças e adolescentes, assegurando o acolhimento e o atendimento necessário, para que eles tenham o mínimo de ritmo pedagógico até chegar na escola formal.
“Uma das principais vertentes é o primeiro contato com a língua portuguesa, que a gente sabe que é uma das grandes barreiras que nós temos. Além disso, o atendimento psicossocial é importante para entender como essas crianças migrantes estão chegando aqui no Brasil, especialmente aqui no Amazonas”, assegura a secretária.
Os exercícios e conteúdos serão trabalhados em grupos e de acordo com a faixa etária.
Parceria contínua
Na visita, a equipe do Unicef sanou dúvidas sobre o funcionamento e compartilhou experiências sobre a atuação no Super Panas – projeto emergencial que ofertava apoio social e psicopedagógico, de proteção e, ainda, encaminhamentos de crianças e adolescentes em privação ou negação de direitos.
Matheus Rangel, oficial de Educação da Unicef, cita que toda emergência do mundo precisa de uma transição, sair de um momento de atenção especial para um momento de atenção regular, colocando a pauta em uma agenda de direitos que os próprios estados oferecem. Para ele, o Amazonas é exemplo de atuação por oferecer a atenção para migrantes e refugiados, assim como oferta aos brasileiros.
“O espaço está lindo, muito carinhoso, afetivo. As crianças estão lá brincando, felizes, com o apoio de profissionais capacitados, e é tudo que a gente queria ver, que a gente quer ver ainda em outros estados e municípios que precisam também de puxar essa resposta para si”, avaliou Rangel.
“Temos muitos projetos de parcerias com a Sejusc na área de atuação com povos indígenas e população ribeirinha também, com as populações daqui da periferia da cidade de Manaus. Então o cardápio de parcerias e de cooperação entre o Estado do Amazonas, a Sejusc e o Unicef é muito grande e queremos que continue e só se amplie”, destaca o oficial.