Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) expediu a primeira autorização do país para pesca manejada de larvas e alevinos de Aruanã Branco para fins ornamentais, com o propósito de conter a pesca predatória. A beneficiada é a Colônia de Pescadores Z-32, localizada dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no município de Maraã, distante 634 km de Manaus. O Instituto Mamirauá atua com assistência técnica para a colônia.
O diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente, ressalta o pioneirismo da concessão e a vantagem de ser uma opção sustentável para muitos pescadores.
“A autorização é inédita no país. É a primeira vez que um órgão ambiental concede uma permissão para a captura de larvas e alevinos para fim ornamental. Esta é uma saída para que esse tipo de pesca predatória e ilegal de peixes considerados ornamentais seja inibida, garantindo a preservação da espécie”, salienta Valente.
Como parte do processo e uma forma de monitorar a execução do projeto, analistas ambientais do Ipaam estiveram no município para acompanhar a captura. Porém, o cenário encontrado em Maraã não era favorável aos pescadores: o rio começou a secar, fenômeno incomum para o período do ano, que deveria ser de muitas chuvas e, consequentemente, cheia dos rios.
Devido ao nível baixo da água no município, muitas aruanãs não entraram em seu ciclo de desova e as que conseguiram, ainda não tiveram seus ovos eclodidos.
“Além da água estar em um nível mais baixo que nos anos anteriores, o rio ainda baixou nesse período que também não é comum e não chegou água nova nos lagos para criar aquele ambiente que estimula a reprodução das aruanãs. Por esse motivo, a captura precisou ser interrompida e será retomada em 15 dias, dependendo do nível da água”, explicou Nonata Lopes, analista ambiental da Gerência de Controle de Pesca do Ipaam.
A autorização, que possui prazo de 30 dias, vencerá no dia 31 deste mês e devido as condições naturais encontradas, os pescadores solicitarão uma dilatação do prazo para a captura dos espécimes.
O Instituto Mamirauá capitania a pesquisa científica sobre o manejo sustentável da aruanã para fins ornamentais há 10 anos, com o objetivo de inibir a exploração comercial ilegal e predatória. O peixe está na lista dos mais consumidos no Amazonas. Porém, sempre esteve na mira do mercado de peixes ornamentais.