Em 1° de maio de 1886, os operários dos Estados Unidos resolveram dar início a uma greve geral pela redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias.
Um milhão de trabalhadores aderiram à greve.
Repressão, prisões, condenações à pena de morte de líderes do movimento, atentados cometidos pela polícia, foram as respostas do governo. A luta seguiu de muitas formas, não parou, e em 1890 o congresso americano aprovou a jornada de 8 horas.
No Brasil, em 1894 há registro do primeiro ato de comemoração do 1°de maio, em Santos, e em 1929, nesta mesma data, é fundada a Confederação Geral dos Trabalhadores.
Ditaduras, greves, resistências, lutas, mortes têm marcado a vida do trabalhador brasileiro há mais de um século. O capitalismo parido aqui não dá trégua e a cada momento da história parte de forma inexorável para resgatar seus anos de plena exploração.
É uma luta desigual, com o Estado atuando no seu campo de classe, criando facilidades para a subjugação através dos seus diversos sujeitos, com destaque para o legislativo, hoje um antro de maioria retrógrada.
O capitalismo sempre inventa novas fórmulas de exploração, se apropriando de todos recursos gerados pelo trabalho para aumentar a seu lucro. As novas tecnologias se tornaram novos mecanismos de opressão e não qualidade de vida para todos, como alardeavam os ideólogos do capital.
Chegamos a 2024 e velhas bandeiras voltaram a ser empunhadas. O capital avança sem dó para tirar a última gota de suor do trabalhador e da trabalhadora, arrancando-lhes direitos conquistados há décadas.
Trata-se de um retorno às formas pré-capitalistas de exploração do trabalho num mundo de pleno desenvolvimento do capital.
Vivemos um tempo de ameaça da extrema direita no mundo, um segmento político implacável contra a democracia e contra direitos sociais.
No Brasil, a direita mais retrógrada ataca insanamente os direitos individuais e coletivos, fazendo do Congresso Nacional um foco de retrocesso civilizatório.
Assim como em 1886 nos EUA, os trabalhadores brasileiros têm todas as condições objetivas para colocar o bloco na rua novamente e resgatar seus direitos usurpados.
Cada direito tirado pelo capital e por seus fantoches é uma gota de sangue tirada da luta dos trabalhadores brasileiros e de todo o mundo.
A luta é nossa esperança.
Lúcio Carril
Sociólogo