O velocista paulista Samuel Conceição conquistou o bicampeonato mundial na prova dos 400m T20 (deficiência intelectual) na manhã desta quinta-feira (do Brasil), 23, no antepenúltimo dia do Mundial de atletismo, que acontece em Kobe, no Japão. O país ainda conseguiu mais dois pódios entre a noite dessa quarta-feira, 22, e esta manhã: com a capixaba Lorraine Aguiar, prata nos 100m T12 (deficiência visual), e com o rondoniense Mateus Evangelista, bronze no salto em altura T37 (paralisados cerebrais).
O ouro de Samuel Conceição, porém, está sub judice. Isso porque o brasileiro, pouco antes da linha de chegada, sofreu uma queda. Mesmo caindo, chegou à frente do colombiano Jhon Obando Asprilla. Após a prova, o Brasil recebeu e-mail do World Para Athletics (WPA), que rege a modalidade em âmbito mundial, informando que o Comitê Paralímpico da Malásia, país do medalhista de bronze na prova, Muhammad Nor Azmi, solicitou recurso e enviou vídeos que comprovariam a desqualificação do brasileiro. Até às 23h do Japão não havia o resultado do recurso.
Com o feito de Samuel, o Brasil confirmou 10 atletas que são líderes de rankings mundiais em suas classes que se tornaram campeões em Kobe. Além disso, quatro brasileiros que são segundo colocados no ranking conquistaram a medalha de ouro no Japão, a mesma quantidade dos convocados que ocupam a terceira posição e subiram no lugar mais alto do pódio neste Mundial.
Com 18 ouros, o país amplia sua melhor campanha dourada da história da competição, um dia depois de superar as 16 vitórias registradas em Lyon 2013, que até então era considerada a melhor campanha do país entre todas edições de Mundiais. Os brasileiros ainda somam nove pratas e seis bronzes, no segundo lugar do quadro geral de medalhas. Estão atrás somente da China, que conquistou 24 ouros, 22 pratas e 17 bronzes.
Na manhã de quarta-feira (do Brasil, 22/5), A atleta amapaense Wanna Brito conquistou a 17ª medalha de ouro do Brasil no Mundial de atletismo em Kobe, no Japão, marca que fez o país bater seu recorde de pódios dourados na história da competição. Ela venceu a prova do arremesso de peso F32 (paralisados cerebrais).
Ainda na quarta, o Brasil bateu o recorde de medalhas em Mundiais de atletismo paralímpico, com uma delegação menor que a chinesa. Mais de 90% da equipe de atletas brasileiros é beneficiada pelo Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, maior programa de patrocínio individual do mundo.
O Mundial no Japão é realizado no mesmo ano dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, após o Comitê Organizador Local (LOC, na sigla em inglês) solicitar ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês) o adiamento do evento, que seria em 2021, devido à pandemia de covid 19. Com isso, a cidade japonesa sedia a competição de atletismo no ano posterior ao Mundial de Paris 2023, quando o Brasil teve seu melhor desempenho na história em Mundiais. Foram 47 medalhas no total, sendo 14 ouros, 13 pratas e 20 bronzes.
Do Ministério dos Esportes