A expertise no enfrentamento e prevenção de doenças relacionadas à estiagem no Amazonas foi tema de palestra, nesta quarta-feira (19/06), em seminário e oficina sobre a qualidade da água para consumo humano realizado em Belém, no Pará. A experiência foi relatada pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM).
A ação aconteceu no Seminário e Oficina “Água com Qualidade para Quem Precisa: Garantia de Acesso à Água com Qualidade para Consumo Humano em Situação de Seca e Estiagem”, promovido pelo Ministério da Saúde (MS), por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA).
Compartilhando a experiência do Amazonas, a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destacou a ação de enfrentamento durante a estiagem histórica de 2023, iniciando, de forma antecipada e alinhada com a Defesa Civil Estadual, a partir dos primeiros alertas de mudança de cenário observados nas calhas dos rios.
Segundo Tatyana, a FVS-RCP contribui com ações, inclusive, nos territórios municipais, visando reduzir o impacto à saúde da população mais afetada com envio de técnicos da FVS-RCP. Além disso, as ações da instituição contemplam todos os eixos da vigilância em saúde.
“Como órgão norteador, nossas ações incluem a emissão de notas técnicas, boletins epidemiológicos, planos operacionais de contingência. Reforçarmos, ainda, a necessidade de manter o abastecimento de insumos estratégicos, como o hipoclorito de sódio”, destacou a diretora da FVS-RCP, Tatyana Amorim.
Pela FVS-RCP, estiveram presentes no evento o responsável pelo planejamento, Emergências em Saúde Pública e Ações Estratégicas da FVS-RCP, Augusto Zany; a gerente de Recursos Não Biológicos da Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Raiane Ayla; e o coordenador estadual do VigiAgua da FVS-RCP, Ronaldo Silva.
Pelo Governo do Amazonas, também participaram o secretário adjunto da Defesa Civil do Estado do Amazonas, Clóvis Araújo Júnior, que apresentou a série histórica da seca no contexto amazônico e a antecipação do órgão diante do desastre natural previsto para 2024.
“Nós temos a constatação de que os níveis dos rios não subiram a quantidade de água necessária para se ser mantido o abastecimento e, principalmente, a navegabilidade de nossos rios. Neste cenário, é essencial a integração de todos os órgãos envolvidos para mitigar os impactos e atender a população atingida pelo desastre”, ressaltou o secretário Clóvis.
Também presente, a assessora técnica da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Tatiana Peres, discorreu sobre as ações do órgão para ofertar água de qualidade à população. “Em todos os municípios em que a Cosama atende, há demandas de análises de águas e emissão de laudos para outras prefeituras, escolas e demais órgãos municipais e estaduais”, disse a assessora.
Seminário
O evento faz parte do planejamento do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador da SVSA e segue até sexta-feira (21/06). O foco da iniciativa é a vigilância da qualidade da água para consumo humano no contexto das mudanças climáticas, especialmente nos biomas da Amazônia, Semiárido e Pantanal.
Durante a abertura, de forma remota, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiental, Ethel Maciel, ressaltou que diante das mudanças climáticas presentes no Brasil, é fundamental o diálogo. “Nós, na instituição, esperamos a contribuição de todos vocês que participam desse evento, para que possam nos ajudar a pensar em estratégias e inovações”, afirmou a secretária.
Outro objetivo do evento é a integração para fortalecer a colaboração entre diferentes setores visando garantir o acesso à água de qualidade, essencial para a saúde pública, especialmente em regiões afetadas por mudanças climáticas e eventos de seca.
Presente na cerimônia o superintendente do Ministério da Saúde no Pará, Delcimar Viana, destacou a importância do tema, por conta do que vem acontecendo nos últimos anos. “O Seminário Água, com qualidade para quem precisa, é um evento de grande importância para a nossa região da Amazônia Legal para discutir esse desafio, que já está acontecendo, as mudanças climáticas na nossa região e o impacto na população”, avaliou o superintendente.
O evento contou com a participação de diversos setores do poder público, além de organizações internacionais e de sociedade civil que atuam, direta ou indiretamente, com água para consumo humano.