O Governo do Amazonas já realizou seis transplantes de rins de doador falecido, em um período de apenas 15 dias, desde que começou a oferecer o serviço, em 29 de junho. O procedimento, realizado no Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, zona norte, é considerado um marco histórico na saúde pública do estado, que antes só fazia transplante renal de doador intervivo.
No sábado (13/07) foram realizados dois transplantes de doador falecido, em mulheres de 43 e 58 anos. Elas receberam os rins de uma pessoa de 68 anos, que faleceu no Hospital e Pronto Socorro João Lúcio, vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Até o momento, três homens e três mulheres já receberam rins de doadores falecidos, com transplantes realizados no Amazonas.
De acordo com a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, o procedimento, até então inédito na rede estadual de saúde, é parte do compromisso do Governo do Amazonas, de investir na ampliação e na oferta de novos serviços. “Esse é o propósito do governador Wilson Lima ao criar o Programa Saúde Amazonas, do qual fazem parte todas essas iniciativas”, afirmou.
O médico cirurgião Lelis Marotti, do Delphina Aziz, destaca que o procedimento cirúrgico envolvendo o doador falecido é complexo e requer uma equipe multiprofissional, todos com experiência em transplantes. “Quando o rim chega ao hospital, é recebido pelo enfermeiro do centro cirúrgico e a equipe prepara o órgão antes de colocar no paciente. Nós trabalhamos com dois cirurgiões, um anestesista, duas circulantes e dois instrumentadores, além do apoio técnico”, comentou.
O médico especialista destaca que o transplante garante aos pacientes qualidade de vida. “O transplante renal é um procedimento que proporciona ao paciente uma qualidade de vida muito melhor do que a que ele vem tendo, dependente de máquina, fazendo hemodiálise”, explicou.
Fila de espera para transplante
A médica nefrologista Mariela Figueiredo explica que, no momento em que um órgão é recebido, é analisado o grau de compatibilidade com os pacientes que estão na fila para receber a doação.
“A fila do rim é organizada por compatibilidade, então, quando ocorre a oferta de doador falecido, o ranking aponta o paciente mais compatível com aquele órgão disponibilizado. O serviço social o convoca e é feita uma entrevista, durante a qual analisamos se ele não tem algum processo infeccioso, para nos certificarmos de que está apto ao procedimento”, detalha.
Tanto os familiares do doador quanto dos pacientes aptos para receberem o transplante, são atendidos por uma psicóloga e agentes do serviço social das unidades.
A rede pública estadual de saúde já oferece transplante de rim de doador intervivo, também no Delphina Aziz, desde julho de 2023. Já foram realizados, nesse período, 80 procedimentos do tipo. O hospital é referência em transplantes renais na região Norte.