Parintinenses começam a vislumbrar a chegada de água tratada em suas residências, com o início das obras do Programa de Saneamento Integrado (Prosai), realizadas pelo Governo do Amazonas. O trabalho de perfuração dos novos poços artesianos e de expansão da rede de distribuição para as casas dos moradores segue a todo vapor.
Os serviços começaram há pouco mais de duas semanas, com a perfuração do primeiro poço no Centro de Reservação e Distribuição (CRD2), na rua Domingos Prestes, próximo ao Bumbódromo, em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus). A alguns quilômetros dali, no sul da cidade, outra equipe realiza o trabalho de escavação, instalação da rede abastecimento de água e recapeamento asfáltico dos trechos, no bairro Itaúna 2.
As obras do Prosai, executadas pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas, terão investimento de R$ 119 milhões, somente para a parte de saneamento básico. Vão resolver o problema dos poços contaminados por metais pesados, levando água de qualidade para toda a cidade.
A cobertura de esgoto, conforme explica o secretário da UGPE, Marcellus Campêlo, vai sair do zero para abranger toda a área de intervenção das obras, podendo alcançar até 25% da população.
Além das obras, o Governo do Estado vai injetar, por meio do Prosai, R$ 10 milhões no fortalecimento do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) da Prefeitura de Parintins. O recurso permitirá a modernização do SAAE para que o órgão possa receber e operar o novo sistema quando este estiver concluído.
Saúde das crianças
Na casa da aposentada Deuza Bentes de Souza, 68 anos, há duas crianças, de 10 e 8 anos de idade, com as quais ela tem todo o cuidado para não adoecer com a ingestão de água contaminada. A moradora do bairro Paulo Corrêa parabenizou o Governo do Amazonas, por levar água de qualidade para os parintinenses.
“Eu estou achando ótimo, se for para a nossa melhoria, para que nossas crianças não venham a adoecer de diarreia e vômito, porque isso acontece muito nos bairros. Eu tenho muito cuidado com as minhas crianças que eu tenho aqui, elas ainda são pequenas. E se for pra acabar com esse problema, parabéns! Toda melhoria que vem pro nosso bairro, pra nossa cidade, eu acho ótimo”, disse.
Jesiane Batista, 31 anos, também moradora do bairro Paulo Corrêa, expressou sua gratidão em saber que em breve vai poder beber água tratada que vai sair das torneiras de sua casa. “A gente fica com aquela dúvida, aquele medo, né? Quando as crianças adoecem de dor de barriga, vômito, diarreia, a gente procura logo tratar e evitar a água da torneira. A gente compra logo água mineral pra poder evitar esse problema. A gente só tem a agradecer, primeiramente a Deus e ao nosso governador Wilson Lima que tá fazendo isso por nós”, disse.
Em Parintins, o abastecimento de água tratada sempre foi um desafio. Diversos estudos foram realizados e apontam a contaminação. Um dos levantamentos mais recentes, da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), nos dias 27, 28 e 29 de novembro de 2023, apontou a contaminação por nitrato e alumínio, em altíssima concentração. Em decorrência disso, o pH da água apresenta acidez elevada, fora dos padrões recomendados para o consumo humano, o que colocava em risco a saúde das pessoas.
“Com a chegada da água tratada, Parintins vai vivenciar um novo marco da história, uma cidade que vive intensamente suas tradições culturais e que agora vislumbra um futuro mais saudável e promissor”, ressalta o secretário Marcellus Campêlo.
Prosai
O Prosai Parintins é um programa estadual com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O investimento total é de U$ 87,5 milhões, sendo US$ 70 milhões financiados pelo BID, a serem pagos pelo Governo do Amazonas, e mais U$ 17,5 milhões de contrapartida estadual. O objetivo das intervenções é solucionar problemas ambientais, urbanísticos e sociais no município.
O programa vai promover a requalificação urbanística no entorno da Lagoa da Francesa, abrangendo seis bairros. Além das obras de saneamento básico, serão reassentadas 832 famílias, cerca 4,1 mil pessoas que vivem em áreas de risco de alagamento, em 504 unidades habitacionais ou outras soluções de moradia de acordo com o perfil dos beneficiários.
Serão construídos um novo mercado, parques urbanos, praças, ciclovias, playgrounds, quadras poliesportivas, quiosques, um Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC) e o Centro de Qualificação da Mulher Parintinense.