Novas tecnologias adotadas pelo SUS aumentam em 12 vezes proteção de bebês contra vírus respiratório

Brasil será um dos primeiros países do mundo a usar estratégia combinada no SUS para enfrentar o vírus sincicial respiratório (VSR) e reduzir mortalidade infantil por infecções respiratórias

O Ministério da Saúde anunciou a inclusão de duas novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS) para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal causa de infecções respiratórias graves em bebês. As tecnologias consistem no anticorpo nirsevimabe, indicado para proteger bebês prematuros e crianças de até 2 anos nascidas com comorbidades; e a vacina recombinante contra o vírus, dada em gestantes para proteger os bebês nos primeiros meses de vida. Com o novo protocolo, a cobertura em bebês será ampliada 12 vezes mais em relação ao tratamento atual. 

A incorporação das tecnologias foi publicada em portaria, nesta terça-feira (25), no Diário Oficial da União (DOU)

De acordo com estudos apresentados à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), a vacina para gestantes tem potencial para prevenir cerca de 28 mil internações por ano e ofereceproteção imediata aos recém-nascidos. Com a incorporação do nirsevimabe, a expectativa é ampliar a proteção para cerca de 310 mil bebês prematuros nascidos com até 36 semanas. Já a vacina para gestantes beneficiará aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos vivos. 

Até então, o palivizumabe era a única opção disponível no SUS para prevenção do VSR, com indicação restrita. “A introdução dessas tecnologias representa um avanço significativo na proteção das nossas crianças, com redução das internações diante do alto número de casos. É um marco da nossa política de imunização e no cuidado de gestantes e bebês”, destaca a ministra da Saúde, Nísia Trindade. A previsão é de que as novas tecnologias estejam disponíveis no SUS a partir do segundo semestre de 2025. 

Dados epidemiológicos 

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é um agente infeccioso que ataca os pulmões e as vias respiratórias. Ele é especialmente comum em bebês e crianças pequenas, mas pode afetar pessoas de qualquer idade. O VSR se espalha facilmente, sendo transmitido de uma pessoa para outra quando alguém tosse ou espirra, ou ao tocar superfícies e objetos contaminados. 

Embora a maioria dos casos resulte em sintomas leves semelhantes a um resfriado, o vírus pode levar a complicações graves, exigindo hospitalização e suporte respiratório. A infecção pelo vírus também está associada ao desenvolvimento de doenças respiratórias crônicas, como a asma, ao longo da vida.  

Segundo dados do Boletim Infogripe (Fiocruz), desde 2021, observa-se um aumento da incidência de infecções respiratórias agudas graves (SRAG) causadas pelo VSR, que se tornou a principal causa de internações e óbitos por doenças respiratórias nessa faixa etária, superando a covid-19 e a influenza.  

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 

A incorporação das novas terapias contribui diretamente para a redução da mortalidade infantil se alinha aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) das Nações Unidas e ao Plano Plurianual 2024-2027 que, em uma de suas metas, prevê a eliminação das mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos.  


Ministério da Saúde

By Portal Arrasta pra cima

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