Raiva dos herbívoros: Mesa-redonda da Adaf aponta importância da integração entre as instituições

Evento contou com a participação da Fiocruz, Inpa, FVS-AM, Sepror e Cpama

A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) realizou, nesta quarta-feira (06/11), a mesa-redonda “Raiva: Uma Questão de Saúde Única”. Durante o evento foram discutidos e pacificados pontos sensíveis como a integração entre as instituições, a importância do acesso ágil à informação qualificada e a necessidade de cada cidadão assumir suas responsabilidades.

Para a médica veterinária Paula Araújo, da Adaf, e coordenadora do evento, a atividade foi um sucesso, tanto pela riqueza de conhecimento compartilhado pelos palestrantes, como pela participação da plateia.

“O evento foi muito positivo. Era uma demanda reprimida, não só na Adaf, mas também nas demais instituições que tratam da saúde. Não tem mais como falar de saúde sem considerar todos os seus aspectos”, salientou a coordenadora.

Para Paula, a mesa-redonda é apenas o início de um engajamento muito maior em torno do aprofundamento da discussão sobre a raiva humana por mais de uma vertente.

O encontro foi sediado no auditório do Bosque da Ciência, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e debateu a raiva no âmbito global, considerando que se trata de uma zoonose (doença transmitida de animais para humanos). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a raiva é responsável por 60 mil mortes por ano no mundo todo.

A primeira palestra foi ministrada pelo assessor médico veterinário Arthêmio Coelho dos Reis, da Adaf, que abordou a importância do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros e outras Encefalopatias (PNCRH) e da notificação dos casos suspeitos da doença junto à autarquia. No Amazonas, a Adaf é o órgão responsável por garantir a sanidade do patrimônio animal.

O gerente de Zoonoses da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), Deugles Pinheiro Cardoso, deu andamento à apresentação destacando o papel da educação em saúde na luta pela conscientização da população sobre a raiva.

“O profissional de saúde que não prioriza a educação em saúde vai bater cabeça. Você precisa divulgar por meio dos veículos de comunicação a eficiência da vacinação antirrábica para quando você chegar ao interior, o tutor pedir para o seu cão ser vacinado”, destacou.

A médica veterinária Alessandra Ferreira Dales Nava, pesquisadora da Fiocruz Amazônia, encerrou o ciclo de palestras abordando um estudo realizado para analisar dados de mordeduras de morcegos no Amazonas. Para a pesquisadora, fatores como o desmatamento para abertura de pastos influenciam o comportamento de morcegos hematófagos, um dos vetores da raiva.

Com uma plateia composta por autoridades, veterinários, estudantes, profissionais da área de saúde animal e humana e interessados em geral, a atividade contou com a mediação das médicas veterinárias Julciléia Arruda de Faria, e Angélica Martina, fiscais agropecuárias da Adaf.

A doença

A raiva é uma doença que acomete todos os mamíferos e é considerada uma das zoonoses de maior importância em saúde pública em todo o mundo, com elevado custo social e econômico.

A doença é causada por um vírus que se propaga via sistema nervoso e a infecção se dissemina rapidamente, alcançando o sistema nervoso central. O vírus está presente na saliva do mamífero infectado e é transmitido principalmente pela mordedura ou lambedura. A raiva é letal, com raríssimos casos de sobrevivência, acompanhados de sequelas graves.

Além de promover campanhas de vacinação contra a raiva dos herbívoros, nos municípios com casos comprovados, a Adaf realiza a captura e controle de morcegos hematófagos, que podem transmitir a doença para outros animais.

By Portal Arrasta pra cima

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